
Rafael liquidando Bendo
As bolsas de apostas são muitas vezes um belo termômetro do que se espera de um lutador.
Após nocautear Clifford Starks e Ronny Markes, Yoel Romero chegou pagando 1.43/1 para a luta contra Derek Brunson.
Depois de quase perder a luta, mas conseguir deitar mais um, o furor em torno do cubano foi freado e ele foi cotado em 2.30 contra Brad Tavares, mesmo que o choque de estilos fosse amplamente favorável a Yoel.
Quem apostou no cara — eu, inclusive — ganhou uma grana legal.
O nariz-de-cera acima é pra falar de como Rafael dos Anjos deu, no último sábado, o passo que quase sempre separa o bom lutador do lutador de ponta.
Não que ele já não o fosse, vejam bem.
A precisão dos golpes que levaram Ben Henderson a nocaute não foram apenas a passagem para o top-5, mas a prova de que ele já pertencia ao seleto grupo dos contenders da categoria até 70 kg.
Rafael chegou pagando 3.30 pra um contra Henderson — a mesma cotação da luta contra Khabib Nurmagomedov, em que o brasileiro acabou dominado pelo avassalador daguestani.
Precisa dizer o que os bookmakers esperavam que fosse mais provável?
Há exatamente um ano, RDA chegava como azarão e vencia Donald Cerrone.

Desestabilizando o Cowboy
À época, dizia-se que o Cowboy já estava na descendente, com 1-2 em três lutas e uma vitória morna contra o unidimensional KJ Noons.
As quatro vitórias em oito meses mostraram que a vitória de Rafael foi, sim, demonstrativa de quão grande era o niteroiense na categoria.
A prova final disso veio sábado, mas um olhar mais detalhado para a carreira de Rafael mostra que as vitórias são consequência de uma estrondosa evolução como lutador.
Quem viu as lutas de RDA no Fury, sete anos atrás, jamais diria que aquele cara de trocação completamente desajeitada viraria o striker técnico e agressivo de hoje.
Parte deste crescimento deve ser creditado à absurda dedicação de Rafael aos treinos.
Tempos atrás, em entrevista ao Sexto Round, ele fez críticas à cultura dos lutadores brasileiros e deixou claro que a concentração exclusiva nos treinos era a saída para chegar ao mais alto nível.
Eu não tinha material humano pra treinar. Já lutei próximo a Carnaval, fim de ano, em janeiro, e todo mundo sabe que ninguém vai à academia. Você vem treinar sozinho, tem que fazer tudo sozinho. Muito feriado… E lá não tem isso. Lá a galera treina duro, é profissional… Lá, eu tô no foco.”

Cordeiro foi o treinador do ano em 2012
Rafael apostou em morar na Califórnia e apurar sua trocação na Kings MMA.
E a outra parte mais destacada da evolução de RDA é obra justamente de Rafael Cordeiro, que o transformou num cara muito temido em pé — o que, aliás, o curitibano já havia feito com outro jiujiteiro: Fabrício Werdum.
Hoje, há quatro lutadores próximos do title shot: Nurmagomedov, Eddie Alvarez, Donald Cerrone e o próprio RDA.
Ao contrário do que o chefe Renato Rebelo previu no último Atacando de Joe Silva, não acho que o russo já esteja só esperando o vencedor de Anthony Pettis e Gilbert Melendez — até porque, do jeito que as coisas vão, não é exagero pensar que um dos dois pode se lesionar e confundir ainda mais o panorama da categoria.
Se Pettis emendar outra lesão, seriam mais de 1 ano e meio sem defender o título, o que poderia abrir uma brecha para uma disputa de cinturão interino.
E ninguém sabe com certeza quando Khabib volta, então…
Estagnado pela imprevisibilidade dos próximos passos dos outros contenders, Rafael agora vai ganhar um merecido descanso.
Mas é bom ficar atento, porque o caminho pode encurtar em breve.
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