Sabadão de rodada dupla no UFC.
Primeiro, de manhãzinha, Auckland, Nova Zelândia, recebe o oceânico James Te Huna e sua trupe.
À noite, do outro lado do globo, será a vez de Santo Antônio, Texas, testemunhar o nascimento do novo desafiante número um do peso pena.
Boa oportunidade pra este jornaleiro abordar as lutas principais com belos chutes de fora da área, não?
Vamos lá:
Fight Night 43 (Nova Zelândia):
Nate Marquardt vs. James Te Huna
Se por um lado Deus, via sonho maroto, orientou Marquardt a retornar aos médios (sim, ele disse isso), o ortodontista de Te Huna o proibiu de competir entre os meio-pesados – temendo que outra bomba, como a de Maurício Shogun, mandasse o maxilar do cliente pro espaço. Sendo assim, a dupla se encontra num dos piores main events já casados. Isso porque, somados, os caras estão há mais de três anos sem vencer e nenhum deles deve incursionar o top 15 em qualquer momento próximo. Com isso dito, acredito que a versatilidade e a experiência do Grande com 84 kg colaborarão para cinco rounds de uma equação bem bolada (trocação na média distância + intenso trabalho no clinch – a pesada mão direita do australiano, que pode ser anulada com movimentação contínua). Palpite: Marquardt por decisão chata.
Hatsu Hioki vs. Charles Oliveira
No duelo de guardeiros habilidosos, com pouco wrestling e trocação em desenvolvimento, rezo por berimbolos alucinantes e tentativas de finalizações mis – mas temo receber luta amadora e sem sal de kickboxing. Abandonando a chupeta das utopias em favor da bigorna do realismo (salve, Roberto Campos), terei de favorecer o santista que sai de seu habitat natural duas vezes por semana para aprender o muay thaizão ensinado por Diego Lima na Chute Boxe SP. Palpite: Bronx, decisão.
Fight Night 44 (Santo Antônio, Texas)
Cub Swanson vs. Jeremy Stephens
Não seria nenhum exagero afirmar que ” O Esquentadinho” é o maior pegador da divisão. Seu problema nunca foi poder e sim precisão e consistência. A derrota por decisão dividida para Anthony Pettis ilustra bem a minha tese. Já Swanson, pupilo favorito do ex-campeão mundial de kickboxing Mike Winkeljohn, por sua vez, é um trocador volumoso que baseia seu jogo em velocidade supersônica e combinações mais elaboradas (dependendo menos de pombos sem asa). Por gosto pessoal, tendo sempre a botar minha grana em velocidade sobre poder (culpa do Cassius)… Palpite: Swanson, que também bate pesado, por TKO no R3.
Kelvin Gastelum vs. Nicholas Musoke
Musoke, o negão sueco, até carrega consigo trocação bacana e envergadura avatajada para acompanhá-la, mas, contra Alessio Sakara e Viscardi Andrade, foi o jiu-jítsu que salvou sua pela. E isso é um problemão se entendermos que o talentoso Gastelum, de apenas 22 aninhos, é um wrestlerzão impetuoso e gigantesco para a categoria. Com o controle do meio-campo, Cain Velasquinho costuma deitar e rolar – sem ter que, necessariamente, jogar na perigosa guarda do rival. Palpite: Gastelum via bate e sai, clinch e quedas oportunas (decisão unânime).
Hacran Dias vs. Ricardo Lamas
Dizem por aí que as mãos de Hacran são calibradas e pesadas. Eu que, confesso, não acompanho sua carreira desde o início, ainda não pude comprovar tal tese. Já Lamas troca, comprovadamente, acima da média – apesar da refugada recente contra o campeão José Aldo. Isso nos leva ao ponto forte de ambos: o meio-campo. Por mais louvável que seja o trabalho de Daniel Pirata na Nova União, fica difícil ignorar o pedigree de wrestler colegial do americano (all-american na terceira divisão da NCAA). Resumindo: pra onde quer que olhamos, o ex-desafiante número um do peso parecer ter uma pequena vantagem. Palpite: Lamas por decisão.
Clint Hester vs. Antonio Braga Neto
Simplesmente não há casamento striker x grappler mais genuíno que esse. Hester, membro da equipe de Jon Jones no TUF 17, é um reles faixa-azul de jiu-jítsu com wrestling nota seis e vastíssima experiência no boxe amador. Do outro lado, Netão foi campeão mundial na arte suave em rigorosamente todas as faixas (na preta duas vezes, inclusive) – mas porta trocação rudimentar. Vencerá aquele que tiver evoluído mais nas fraquezas ou o que impor seu arroz com feijão? Vou de segunda opção e me basearei na lição ensinada por um Gracie franzino em 12 de novembro de 1993 para apontar o vencedor. Palpite: Briga Neto, cujo queixo é resistente, por finalização no segundo round – após cinco minutos de sufoco.
Peço a ajuda dos amigos com Cezar Mutante x Andrew Craig. Quem vença essa?
Abraços.
Seguir renatosrebelo-
Aldebah
-
bozobolado
-
Renan Trigueiro
-
Jorge Anderson Winchester
-
Rage Against Metal