
Sábado de manhã…
Neste fim de semana, o UFC novamente terá dois eventos num só dia – a despeito das últimas experiências do tipo terem sido pequenos fracassos de público e audiência.
Mas Dana White e os Fertitta não parecem muito preocupados com isso, afinal, os assinantes do Combate, aqui no Brasil, e do Fight Pass, ao redor do mundo, serão presenteados com dois cards horrorosos.
Pra explicar como veremos produtos fracos, basta dizer que, quando computamos os três últimos combates de cada um dos lutadores do card principal do Fight Night 43, chegamos a um cartel de 12-12.
Ou seja, se fundíssemos todos os oito atletas num só, provavelmente ele estaria ali de porteiro de sua categoria.
No preliminar, as coisas são ainda piores: ex-TUFs que nitidamente não terão futuro sequer entre os 25 melhores de suas divisões, estreantes e só.
Nada, portanto, que faça um torcedor comum ligar a TV – sobretudo em fim de semana de Copa do Mundo.
Mesmo a luta principal do FN 43 é formada por caras que vêm de duas derrotas cada no UFC.
Nate Marquardt, inclusive, não vence uma luta há dois anos.
No Fight Night 44, encabeçado por Cub Swanson e Jeremy Stephens, a coisa é um pouco melhor, a começar pelo combate principal, entre dois contenders dos penas.
Mas, fora ver lutarem Ricardo Lamas, mais recente desafiante ao cinturão de José Aldo e, talvez, Kelvin Gastelum e o campeão mundial de jiu-jítsu Antônio Braga Neto, tudo o que o evento de San Antonio me gera é uma pergunta:

Sábado à noite…
O que (insira nome de lutador aqui) pode fazer no UFC?
Vale pra Oleksiy Oliynyk, vale pra Marcelo Magrão, vale pra Colton Smith, pra Joe Ellenberger, pra Andy Enz, Anthony Hamilton e pra Shane Howell.
Serve pra vermos caras promissores sobre os quais ainda não temos muito parâmetro.
Mas quem se interessa por isso, pelamordedeus? Fãs mais hardcore.
Ok, ninguém disse que esses cards não são pra fãs hardcore.
Não à toa, o 43 será transmitido para os EUA via streaming, e só assiste um evento esportivo via streaming quem REALMENTE quer vê-lo.
Mas e para convencer os espectadores de esporte norte-americanos a sintonizarem na Fox Sports 1 para assistir a Cezar Mutante e Andrew Craig?
Claro que eu não tenho acesso às contas do UFC e nem sei se de fato a pouca audiência e a baixa repercussão desses eventos do Fight Pass e da Fox Sports têm se refletido em prejuízo ou pouco lucro.
Mas me parece que, tanto esportivamente quanto em relação ao entretenimento, o Ultimate deu um passo maior do que a perna na tentativa de expandir seus tentáculos.
O raciocínio que origina tantos eventos tecnicamente fracos é simples e faz sentido: existe um enorme público consumidor em potencial que teve pouco ou nenhum contato com o mercado do MMA até então.
Esse público precisa ser atingido, mesmo que o produto não seja lá essas coisas.
É assim que o Ultimate aborda países como Brasil, China e Austrália e pretende fazê-lo com México, Rússia e Índia.
Para entregar alguma coisa ao espectador desses lugares, é preciso baixar o nível técnico dos contratados, porque existe um espaço a ser preenchido nos cards.
E isso resulta nestes troços que a gente assiste hoje em dia.
A longo prazo, há grandes chances de isso funcionar, porque grande parte dos fãs atuais não vai esquecer o MMA simplesmente porque os principais eventos da marca, aqueles em pay-per-view, não são mais tão bons quanto antes.
Pode até acompanhar menos, mas não vai passar a rejeitar o UFC.
E lá do outro lado da gama de consumidores do Ultimate, existe um grupo enorme conhecendo o esporte com um nível de exigência bem mais baixo.
Mas enquanto isso, o torcedor real, o que sintoniza a TV e é exposto às marcas que patrocinam o Ultimate, recebe um produto cada vez menos atraente.
Eu devo assistir aos dois cards do fim de semana, por menos interessantes que eles sejam. Imagino que muitos de vocês também.
Mas até a paciência do fã de esporte tem limite.
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