“Nem Conor McGregor tem a divisão que deveria”. Nada me surpreendeu mais no anúncio da MMAAA (sigla para Mixed Martial Arts Athletes Association) do que esta frase. Para além da discussão rasa entre mocinhos e bandidos, está claro que a disputa por dinheiro alcançou um novo patamar.
O time de conselheiros formado por Georges St-Pierre, Cain Velásquez, Donald Cerrone, Tim Kennedy e TJ Dillashaw bateu duro no UFC, por todos os motivos que já conhecemos, inclusive “ameaças” e “intimidações”.
E nem precisa ser versado nos bastidores do esporte para conhecer histórias do tipo: Mehdi Baghdad afirmou, pouco mais de um mês atrás, que foi demitido da organização por se recusar a lutar lesionado num evento que acabou nem existindo.

União mais sólida de atletas já vista no MMA
Mas esta é exatamente a grande diferença, senhores, entre o que começa a se formar e tudo o que conhecíamos até agora: tudo o que já foi tornado público sobre relações espúrias e situações abusivas dentro de um esporte tão duro à vida e à saúde dos lutadores era apenas isso, relatos tornados públicos. Manchetes.
Agora, independente de quão relevante se torne a MMAAA nos próximos tempos, existe uma representação que se propõe a bater de frente e organizar mobilizações – que podem, por que não, resultar em protestos e greves.
Por exemplo: se no UFC 206 Tim Kennedy e Donald Cerrone vencerem suas lutas e aproveitarem o tempo de microfone com Jon Anik para fazer um libelo contra o UFC, ele podem até ser demitidos.
Mas na outra semana há o quase-aposentado Urijah Faber e o declarado apoiador Cole Miller; no evento final de 2016 tem os já mencionados TJ e Cain, além de Fabrício Werdum, de quem se pode esperar qualquer coisa. E aí, pra ficar incontrolável, é ‘daquiprali’.
Então, não tenha dúvida de que tem muita gente nos escritórios do UFC com a mão na cabeça. Quem pagou R$ 4 bilhões numa organização, com base nos números anteriores, definitivamente não esperava dividir mais do que o planejado, muito menos contar com uma possível crise de imagem diante do público.
Sem falar que o braço ‘empresarial’ da MMAAA é alguém que tem todos os motivos para querer brigar: Bjorn Rebney, escondido desde a saída do Bellator, tem uma oportunidade rara de se fazer relevante novamente, o que pode, claro, render-lhe dividendos em breve.
Os números confirmam a forma ultrajante e unilateral com a qual o UFC tratou os atletas. O MMA é um esporte perigoso. As conseqüências de ser um artista marcial, a curto ou longo prazo, são assustadoras. Apenas pura decência humana diz que os lutadores devem ser pagos de forma justa e cuidados a longo prazo. A CAA (rival da WME-IMG) não está apoiando esse empreendimento. Está apoiando os atletas. O ano mais bem sucedido que já tive à frente do Bellator, paguei 53% da receita para lutadores. Vamos conseguir um acordo com o UFC para os ex-lutadores”, declarou Rebney, que almeja uma renegociação coletiva com o UFC, para passar a receita aos lutadores de 8% para 50%”, disse Bjorn Rebney na conferência de imprensa que anunciou a MMAAA.

Conseguirá a associação se impor ao UFC?
Aqui, pela primeira vez neste texto, dou uma opinião. Sabe quanto importa a rejeição que Rebney tem hoje entre lutadores? Nada. Tantas manifestações contrárias vão durar o tempo até Bjorn conseguir algo que interesse aos atletas.
A questão é óbvia: eles o odiavam porque ele jogava do outro lado. Hoje, jogando no mesmo time, a chance de isso se reverter é enorme.
Eu acredito que atletas de MMA, pelas características inerentes ao esporte (assistam “Champs”, no Netflix), precisam de uma representação.
Não sei se esta é a melhor, mas, sinceramente, o problema é deles lá. Nem o MMA vai acabar, como Rebney chegou a dizer, nem é possível que uma organização domine os protagonistas do esporte da maneira que acontece hoje.
Independente de como for, a relação atleta-organização vai mudar – mesmo que a MMAAA fracasse. O fã do esporte não tem absolutamente nada a perder com isso.
Seguir felipeparanhos-
Jp Mikelane
-
KRS Porlaneff
-
Renato Rebelo
-
Gustavo Gomes
-
Lucas Natan
-
-
-
-
-
Thiago Batista
-
Gefferson Nesta
-
KRS Porlaneff
-
-
felipe
-
Renato Rebelo
-
-
Idonaldo Gomes Assis Filho
-
Malk Suruhito
-
magnuseverest