
Ataque de Rory MacDonald à linha de cintura de BJ Penn
Pouco aproveitados no MMA, os body shots (ou golpes no corpo) saíram da tumba no UFC Fight Night 35 e definiram a vitória de Luke Rockhold sobre Costas Philippou.
Com duas patadas na costela, o norte-americano colocou o oponente fora de combate e cravou um nocaute pouco frequente nas artes marciais mistas.
Trata-se de algo simples na cartilha do striking e que tem sentido estratégico mais profundo – se usado com inteligência.
No kickboxing ou nos estilos de caratê de contato, os body shots ganham importância tática significativa e são considerados recursos bastante polidos de serem dominados, seja em socos retos curtos, ganchos no plexo, caneladas ou chutes frontais e giratórios.
Como o desenho do MMA requer dinâmica própria e peculiar – principalmente na curta distância -, e como as luvas são pequenas e não facilitam os bloqueios no estilo ‘peek-a-boo’ (com os dois braços travados na frente do rosto cobrindo praticamente o corpo todo), é muito mais instintivo e tentador usar overhands ou golpes abertos direcionados à cabeça.
Mesmo assim, especialistas na trocação insistem que golpes desferidos no tronco, além de serem uma das formas mais eficientes de abalar o nível de resistência do adversário e funcionarem muito bem como fintas, atuam como um tipo de ‘barreira psicológica’ para que o adversário redobre a cautela nos momentos de investidas.
Em outras palavras, os caras se encolhem para defender a região dos órgãos vitais e, com isso, abrem brechas na guarda.
Puxando pela memória, dá para lembrar de chutes de Rich Franklin, Jon Jones, Anthony Pettis e Dennis Siver, além dos socos de Júnior Cigano, Fábio Maldonado, Joseph Benavidez e Nick Diaz, por exemplo, como bons representantes de técnicas do tipo no MMA.
Rockhold também entra agora para o seleto grupo.
No fígado

Rockhold já acertou o mesmo golpe em Ronaldo Jacaré
Para serem totalmente eficientes, os chutes circulares têm de ser aplicados com parte da canela e com a projeção do quadril para frente.
Como toda ação em um combate de MMA é passível de cair para o campo do grappling, é necessário ter cautela redobrada no timing e nas puxadas de perna após o chute acertar o alvo.
No caso Rockhold x Philippou, o norte-americano usou bem a vantagem de envergadura para manter a disputa na longa distância e aproveitou falhas na movimentação do adversário para potencializar ainda mais as ‘pauladas’ no fígado.
Confuso em atuar contra um canhoto, Philippou ‘caminhou’ diversas vezes para o lado errado, indo de encontro ao lado esquerdo de Rockhold, de onde vêm os golpes mais fortes.
Assim, foi pego duas vezes seguidas com facilidade e teve de engolir a derrota em poucos minutos.
Fica a lição.
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